Onze pessoas foram encontradas em situação de trabalho degradante numa carvoaria no município de Abel Figueiredo (PA) pela equipe de fiscalização móvel do Ministério do Trabalho. Entre elas, apenas três tinham carteira assinada e quatro eram menores de 16 anos. (fonte: O Globo)
Quando escutamos na campanha de Ana Júlia e Jatene, os consideráveis feitos, uma de ter trazido uma siderúrgica perdida e o outro de ter implantado outras, pensamos: "nossa que legal! mais emprego e desenvolvimento para a região".
As siderúrgicas, junto com os empregos e os impostos, trazem também uma série de mazelas sociais, uma delas é o caso citado acima, para manter seus fornos acesos, as siderúrgicas compram indiscriminadamente o carvão que é negociado às portas das mesmas, sem preocupação alguma com a procedência ou com as condições em que foram produzidos.
Centenas de trabalhadores, senão milhares, e até crianças são explorados nas carvoarias, sem direitos trabalhistas, sem equipamento de segurança, em condições degradantes, alojados em barracos de lona, sem água potável e pouca comida.
Além disso, não podemos esquecer da matéria prima para fabricação do carvão, quantos quilometros de floresta são necessários para encher os caminhões de carvão, que vêm de todas as regiões do pará abastecer as siderúrgicas. Tailândia, próximo á marabá, nos dá uma lição, depois de 30 anos de exploração desenfreada, com o fim da madeira, restou apenas uma cidade de desempregados e sem perspectiva nenhuma.
Onde estão as autoridades, onde está a sociedade?
A vale vai nos deixar um monte de buracos, as siderúrgicas nos deixarão um deserto, é esse tipo de desenvolvimento que queremos para nossa região?
Christian Renosto
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